Conta-me como foi#
Já imagina os queixumes que vai ouvir dentro de segundos, quando olha para o ecran do telemóvel e lhe lê o nome. Desta vez disse-lhe que não, mas agora quer dizer sim, na verdade quis dizer sim mesmo quando disse o não. Pergunto-lhe porque o fez... não sabe... mas agora é ele quem não lhe atende o telemóvel, está desesperada, e isso não lhe fica bem. Esse tipo de coisas não fica bem a ninguém. Ou se quer ou não se quer. Nunca percebeu o porquê da dúvida de algumas coisas. E o estar com alguém e gostar de alguém tem de ser definido, ou sim ou não. Curiosamente já não é ela que pede conselhos à amiga mais velha, mais experiente. É a amiga experiente que lhe pergunta a ela o que fazer. Faz disso uma piada e a amiga a sério diz que a inveja por tantas certezas, por ser tão forte quando decide uma coisa, por ser tão corajosa e virar as costas sem olhar para trás uma única vez. Quer ser convencida por ela, mas diz-lhe que ela própria se tem de convencer do que quer, ou do que não quer. Sem o dizer em voz alta, pensa nas escolhas que fez e pergunta-se se foram as mais acertadas. Isto de não olhar para trás não é a cura de todos os males. As perguntas multiplicam-se. E se tivesse tentado? Bastaria apenas mais uma vez para ter a certeza... assim tinha de se convencer que fora o acertado, mesmo nunca chegando a ter a certeza.
Diz-lhe que desta vez deve ir com o machado enterrado, a outra ri-se de tal comparação. Diz-lhe para comer um gelado, para contar uma piada, para se divertir ao menos uma vez sem conversas sobre futuros, sem perguntas, sem cobranças. Só desta vez. Vai sem pensares no amanhã e depois telefona-me a dizer o que sentiste. Ela foi. Sabe que não é a solução. Mas ela iria de qualquer maneira. Ao menos desta vez que seja em paz.
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