Batimento Cardíaco

terça-feira, 17 de abril de 2007

Dejá vu

Tinha tudo na vida, um emprego bastante razoável, para os dias de hoje, um carro que apesar de não ser novo ainda tinha um aspecto agradável e lhe dava alguma ostentação. Tinha uma casa que ainda estava a pagar ao banco, como a maioria das pessoas, tinha uma mulher, um filho e estavam à espera do segundo. A barriga dela assemelhava-se agora ao tamanho de um melão, pequena mas já saliente, era um menino segundo a vizinha da frente afirmava de cada vez que nos cruzavamos na escada.
Mas se tinha tudo... porque continuava a sentir o desconforto de não ter nada? Ou de procurar algo mais? Eram naqueles minutos que separam o deitar do dormir, quando a luz se apagava e a sua mulher lhe desejava boa noite que ele se deixava estar quieto, de olhos abertos na escuridão a tentar perceber quanto tempo demorava a conseguir habituar-se e a reconhecer os contornos das coisas que o rodeavam. Nesses minutos, que eram poucos ele perguntava-se porque era assim, porque é que queria mais, porque é que sentia que não estava no sitio certo. O que queria mudar? Não o sabia ao certo... a única certeza que tinha era a de que precisava mudar alguma coisa...

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