Batimento Cardíaco

quarta-feira, 2 de abril de 2008

É fascinante#

'Já não se fazem casamentos como antigamente!', desde sempre que me lembro desta frase, se os meus pais e pessoas da geração deles o dizem, também me lembro de a minha avó o dizer em relação às gerações depois da dela. As coisas vão mudando, as coisas sempre foram mudando, e ainda bem que assim foi.
Embora ache que não se deve entrar num relacionamento de animo leve. Embora ainda me faça uma espécie de confusão quando oiço: 'Vamos viver juntos a ver o que isto dá.' , ou muitas das vezes alguém deixa escapar 'Vivo junto, porque se não der dá menos trabalho na hora de vir embora.'.
E pergunto-me como se entra assim num relacionamento mais sério, para mim viver junto é a mesma coisa que casar, apenas não se assinaram uns papeis. Jamais entraria numa coisa destas se não tivesse as minimas certezas. Tenho de saber que é aquilo que quero, e não posso estar a pensar que depois se vê o que dá... se entro já a pensar que não dá... é muito mau sinal, mais vale ficar quietinha no meu canto. Ninguém é obrigado a casar com ninguém, isso foi umas das boas mudanças... já bastam as surpresas que não se sonham. Já bastam as desilusões que nos apanham de rajada. Se vamos já com isso na ideia... porque é que vamos?
Se penso nisso hoje é porque assisto em primeira fila a um casamento de longa data. Vivi com eles, apanhei-lhe as manhas, ouvi algumas discussões, mas sempre se respeitaram um ao outro, nunca entraram em violência. Apesar de achar que ele é demasiado ditador em algumas ocasiões, defeitos todos temos, e sempre os admirei por não os ver atravessar a linha da razão. Hoje, passados 41 anos, continuam com pontos de vista diferentes em relação a alguns assuntos, mas de uma maneira geral estão em paz... Sorrio quando percebo a intimidade do olhar que trocam entre si. Sorrio quando ele lhe chama querida só para a irritar, sorrio quando ela tem o cuidado de lhe guardar a melhor fruta, o melhor pedaço de carne, ou enquanto lhe escolhe uma camisa quente.
Admiro-os por perceber que mesmo em alturas mais acesas nunca ouvi nenhum deles a dizer que desistia do outro. E assim se chegam aos 41 anos desde que se disse o sim... é simplesmente... fascinante!

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