Batimento Cardíaco

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Metades minhas#

Não saberia viver de outra maneira, não saberia viver sem a presença das pessoas que mais amo, sem as minhas metades, sem a imagem que ficou colada ao meus olhos desde sempre. Somos um, somos um composto por várias partes, um que tem a capacidade de somar e continuar tão forte como sempre fomos. Por isso hoje celebramos um dia de uma dessas somas, apesar de ainda não fazer parte do grupo na altura, imagino como deve ter sido importante. Sempre gostei da maneira como nos disseram e fizeram acreditar [e acreditaremos sempre] do importante que foi a nossa chegada. A tua é celebrada hoje. Eras linda sabias? Vejo-o nas fotografias a preto e branco amarelecidas pelo tempo, eras um dos bebés mais bonitos que vi até hoje [claro que nunca to vou dizer]. Ouvimos as histórias, as peripécias do parto, o nome que te escolheram e que tu fizeste questão de contrariar, as palavras do pai, as palavras da mana quando chegaste a casa. Apesar de não ser nascida sempre consegui sentir o momento.
Depois cresceste, apareci eu para te azucrinar a vidinha, vá admite... levei-te à loucura bem mais que um par de vezes. Mas tu sabes que se não fosse eu a tua vida era uma pasmaceira... [vá agradece...]. Ainda recebi umas prendas nos teu dia de anos [nunca percebi porque é que os pais pararam de me as dar], depois um dia ofereci-te a primeira prenda de anos... lembraste? Foi um lenço de assoar, usado... mas lavadinho, que fui buscar à gaveta onde a mãe os guardava. Era de um tecido grosseiro, em tons de verde e laranja, mas era meu, e eu queria oferecer-te qualquer coisa, foi a minha primeira prenda de anos para ti.
A parte da tua adolescência podemos passar à frente, não me ligavas nenhuma, sempre com segredinhos com as tuas amigas. A tratarem-me como uma criança... eu já não era nenhuma criança pá... naquela altura já devia ter... deixa cá ver... uns 11 anos, já era uma mulher! Mas enfim... perdoei-te [perdoo-te sempre... é um dom que tenho].
Depois crescemos [ainda estou para perceber como essa parte aconteceu tão rápido], nunca tivemos afastadas, apesar de sermos independentes nos amigos [tu tens os teus, eu os meus][, partilhamos a familia e isso basta-nos. Partilhamo-nos a nós desde sempre. Já tivemos os momentos mais hilariantes da minha vida, em que ria já sem perceber porque o fazia. Somos honestos uns com os outros e criticamos e chamamos à atenção se assim tiver que ser, continuo a ver-te como a irmã mais velha que és, continuo a aceitar as tuas criticas, os teus conselhos, continua a ser importante para mim a tua aprovação nas minhas escolhas, és uma das pessoas mais importantes na minha vida.
E depois temos as histórias para contar, milhares delas... e é disso que a vida é feita, de histórias de momentos que tive a sorte de partilhar contigo. Gosto muito de ti sabias? Parabéns mana...

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