Batimento Cardíaco

segunda-feira, 30 de abril de 2007

Ao fundo ele a perdir-lhe para ela o 'bejar mucho'#

O problema são as palavras, quando fazemos delas um hábito, quando precisamos delas e as procuramos em todo o lado. Como um vício, uma doença de difícil cura. Depois é o amor, a paixão a luxúria. Despirmo-nos nelas é a maneira mais fácil de alcançar alguma paz. Como se todo o peso que a vida nos trás pudesse ser aliviado, dizimado, esquecido. Imbecil... diz ela quando não é isso que sente. A televisão demasiado alta como que para abafar as palavras que se soltam e não se sentem. Nunca soube contar uma história do princípio ao fim, em algum momento se enganava, perdia o fio à meada e ficava a meio. Gostava de ter a capacidade de improvisar e poder acabar essa história da maneira que as boas histórias acabam. A teia que a aranha constroí, o fio invisivel que não apanha ninguém, nunca dizer que não, não chegar a dizer sim. A resposta muda à pergunta que nunca foi feita mas que gostava de ter sido ouvida. O som surdo sem eco no quarto fechado. A luz que nunca foi acesa, a sombra projectada no escuro, o sorriso mascarado, o segredo que nunca será contado. Palavras... apenas palavras... as tuas, as minhas, as de alguém que se faz ouvir.

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