Assim não chego lá#
Queixo-me de nada, não é? Lamento-me da sorte que tenho e digo que não tenho sorte alguma, como não consigo derramar lágrima nenhuma, aprendi a chorar-me nas palavras que vou deitando. Vou andando aos tropeções, meio embriagada de uma vida que vou sorvendo sem parar, às vezes sem sentir. Aceito qualquer esmola, porque não aprendi ainda a sentir-me com alguma coisa que valha a pena. Queixo-me... por me queixar? Eu não sinto! O problema foi sempre esse, querer sentir e nunca chegar lá perto. Parto, fico, chego, saio. Escondo-me, faço-me de forte, vou comprar uma capa para voar. Estou triste, é só por isso que me queixo. Porque me faltam tantas vezes os momentos em que me poderia sentir em paz, em que poderia dormir em paz, em que teria sonhos de paz.
Mas não tenho jeito para isso, para me deixar ficar em paz, procuro tudo o que me possa amassar, espicaçar, trucidar. E depois queixo-me... e não vou a lado nenhum.
2 Comentários:
Gostei do desabafo
Por João, Às 3 de maio de 2007 às 12:31
É caso para dizer: tá male...
Já passei fazes assim. Mas passam.
E prefiro de longe queixar-me do fiz do que do que não fiz.
Um beijo
Por Alf, Às 3 de maio de 2007 às 14:07
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