Batimento Cardíaco

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Saber como foi#

Talvez por hoje ser a última sexta-feira do ano... não sei... talvez porque os dias me dedilhem nos dedos, talvez porque teça o tempo... a verdade é que este ano passou tão depressa que andou mais depressa que a minha atenção nele. E como todos os anos deixou marcas, umas boas, outras nem por isso. Atenuou marcas antigas, desenhou novas, tatuou-me ainda mais a memória.
De Janeiro guardo as memórias de dias frios, de passeios junto ao mar, de tostas e boas conversas, brincar ao faz de conta. De Fevereiro o parvo dia dos namorados que não tive, da desilusão de perceber que a amizade que tens a alguém é desigual da que ela tem por ti . De Março guardo as temperaturas, o dia da primavera. De Abril o stress dos preparativos de uma festa. De Maio a festa, a família reunida, o faz-de-conta-que-também-podes-ser-mãe-durante-uma-semana-e-descobrir-que-consigo-dormir-toda-a-noite-agarrada-a-um-tornozelo-para-que-ele-não-caia-da-cama [comprei uma grade protectora ao fim de dois dias]. Em Junho o calor, a fartura dos morangos, os primeiros dias de praia. De Julho confirmar que tenho problemas em cumprir horários de chegada e ser a última pessoa a chegar ao meu almoço de anos [com o almoço]. Em Agosto comer o meu primeiro gelado deste ano [corneto de cenoura/qualquer coisa], desejar que me beije enquanto vemos o pôr-do-sol, beijar e ser beijada quase perto da meia-noite, passar a sorrir muito mais, dos concertos de entrada livre e da exposição do Berardo. Em Setembro lembro-me de dias de sol, de praia, de passeios de mão dada, de descobrir e revisitar lugares . Em Outubro descubro que é difícil ser eu a vir embora e não consigo segurar as lágrimas quando o comboio parte, nos últimos dias a rasteira que a saúde me prega, o susto, o medo, aprender que chorar muito não alívia em nada a alma enquanto as respostas não vêm. Em Novembro sentir uma espécie de alivío, sentir que se pode gostar de alguém cada vez mais, descobrir da pior maneira a frustração do que é fazer uma coisa que não gostamos nada, desistir de algo logo a seguir a ter começado. Em Dezembro constatar que é cada vez mais difícil a distância, desejar que todos os dias fossem fins de semana, passear, rir, brincar, gostar, passar o natal em familia e sentir-me tranquila e feliz...
Gostei de ti 2007. Que sejas bem vindo 2008.

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